quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Welcome!



Já dizia o meu amigo Ega que o que faltou neste país foi uma guerra civil. Como em Espanha, como nos Estados Unidos. Uma guerra civil que arrasasse tudo de cima a baixo, que mandasse borda fora todo o lastro para que pudéssemos começar de novo (à semelhança do que sucede com o computador: quando a bosta já sai pelas bordas, não basta passar o anti-virus - formatamos e começamos tudo de novo).

Adaptando do século XIX aos nossos tristes dias, que venha daí o FMI. Limpamos esta desgraça de uma ponta à outra, e pode ser que alguém nos ensine, ao fim e ao cabo, como é que se governa este país. Porque, em terras lusitanas, a malta não se governa nem se deixa governar.

Já vai sendo tempo de aprendermos a viver com o que temos. E o que temos é pouco. Num país onde o salário mínimo é de € 450,00 ninguém acredita que existam mais telemóveis do que pessoas. Mas há. E não nos contentamos com telemóveis de € 20,00. Queremos sempre o melhor, o topo de gama, a última novidade. Mas isso já é defeito cultural e o exemplo tem vindo sempre de cima: a frota automóvel do Governo enche-me os olhos de inveja e só pode aumentar as exportações da Alemanha.

Não gosto da ideia de me quererem obrigar a comer aquilo que me põem no prato. "Ah, e tal, mas temos mesmo de aprovar o Orçamento" é igual a quando a mãe diz "Ah, e tal, deves mesmo comer as ervilhas". Se os dois são merda, temos pena, mas eu não como disso. E está visto que o Passos Coelho também não.

Não sei se já viram isto, mas eu até me ia engasgando à hora do almoço, porque julgava que tinha trazido comigo uma leitura levezinha. Pronto, sim, já sabemos que destas coisas há em todo o lado. Mas andamos a gastar dinheiro onde ele não é preciso.

Eu não sei (nem tenho como saber), mas quase quase que punha as mãos no fogo em como o Sócrates e Companhia já prometeram o cu e dez tostões a meio mundo com a história do TGV. Eu até simpatizo com a ideia de o TGV ligar Lisboa a Madrid ou o Porto a Barcelona (sim, porque para Lisboa - Porto, com paragem em Coimbra, enfim, para isso há o alfa, não me gozem), mas quando tiver dinheirinho para ele. Quando não tiver gentinha na minha terra a ficar mais pobre a cada segundo. E o facto de eles baterem constantemente na mesma tecla, a mim, só me traz à ideia o episódio Freeport (também ele muito bonito e colorido e em águas de bacalhau).

Tudo isto, para dar as boas vindas aos Senhores do FMI. Sejam bem-vindos e, já que cá estão, façam o favor de nos explicarem muito bem explicadinho como é que esta coisa se gere (mas tem de ser devagarinho e com desenhos... andamos por cá há séculos e ainda não temos uma ideia muito clara).

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