segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Take it all



Porque ela diz isto muito melhor do que eu. Porque é assim que me sinto quase todos os dias. Porque perder soa exactamente a isto.
I don’t wanna talk
About the things we’ve gone through
Though it’s hurting me
Now it’s history
I’ve played all my cards
And that’s what you’ve done too
Nothing more to say
No more ace to play

The winner takes it all
The loser standing small
Beside the victory
That’s her destiny

I was in your arms
Thinking I belonged there
I figured it made sense
Building me a fence
Building me a home
Thinking I’d be strong there
But I was a fool
Playing by the rules

The gods may throw a dice
Their minds as cold as ice
And someone way down here
Loses someone dear
The winner takes it all
The loser has to fall
It’s simple and it’s plain
Why should I complain.

But tell me does she kiss
Like I used to kiss you?
Does it feel the same
When she calls your name?
Somewhere deep inside
You must know I miss you
But what can I say
Rules must be obeyed

The judges will decide
The likes of me abide
Spectators of the show
Always staying low
The game is on again
A lover or a friend
A big thing or a small
The winner takes it all

I don’t wanna talk
If it makes you feel sad
And I understand
You’ve come to shake my hand
I apologize
If it makes you feel bad
Seeing me so tense
No self-confidence
But you see
The winner takes it all
The winner takes it all......

Das Coisas Com Tempo e Prazo

Há coisas que têm prazo de validade. As minhas relações, por exemplo e inevitavelmente.
E há coisas que têm tempo para acontecerem. Saramago é uma dessas coisas. Quando tinha 13/14 anos tentei o Memorial do Convento. Não passei da 10ª página, mais coisa menos coisa. Detestei de morte. Pus de lado. Não quis mais.
O "Caim" foi ofertório de Natal. E, para quem conhece Info-Excluida, sabe que nada agrada mais do que versões alternativas do livro mais impingido de sempre. E veio provar que há uma idade e um tempo para tudo. Há um tempo para se ler Saramago. E para se gostar. E, quase direi (quase porque ainda não acabei), se adorar.
Porque eu não sou quem era quando tinha 13 anos. Sou, inevitavelmente, mais cabra. Também, e inevitavelmente, mais sofrida. Mais magoada. Mais batida. Mais irónica (cínica?). Mais triste também. E talvez por tudo isso agora se possa ler um livro dele e gostar. Por tudo o que passou.

Talvez daqui a 5 anos possa tentar voltar a ler Henry Miller sem tentar saltar logo para as partes picantes. Poder lê-lo mesmo.

Dedicado à Diligentia. Sempre presente. Incluindo presentes futuros.
A culpa é obviamente minha e de alguma falha genética que há em mim.
Porque eu continuo a preocupar-me. Preocupo-me sempre. Se está bem, se chegará inteiro.
Ele, que nunca pergunta como estou. Ele, que nem desejou feliz natal. Ele, que nunca evitou magoar-me.
E eu preocupo-me. Porque quando dou, dou tudo. Se vou fazer, faço por inteiro. Se me levas, levas o pacote todo.
Quem me dera não ser assim. Quem me dera só te dar bocadinhos. Pedaços de mim, meramente alugados, coisas que não me possas tirar.
Mas quando dou, eu dou tudo. Falhas genéticas, educacionais, não sei. Mas é uma falha. E a única pessoa que se magoa sou eu.
É uma predisposição para cair em desgraça. Porque eu sabia, à partida, que era uma desgraça. E ainda assim meti-me nela de cabeça. Parva.
E aqui estou, a pensar nele a acelerar pela A1 e na possibilidade de se espetar contra algum lado, de coração estupidamente apertado. Apertado como ele nunca o teve.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Efeito boomerang

Bem sei que fui uma cabra. Não se julgue que o não sei: eu sei. Mas também sei que já tinha a fama, achei que o proveito me ia fazer sentir bem.
Pois, fez ricochete.
Considerando a altura do ano, é fácil de ver que não poderia passar impune. E a mim, tudo me acontece.
Quando as probabilidades são de 1 para 8 e me calha a mim, é sinal de que estou fadada para iman de desgraças. Que ninguém duvide: se tiver de acontecer, acontece a mim.
Ademais, nisto de desgraças kármicas, começa a roçar a probabilidade científica: quando melhor for a notícia que me derem, maior será a desgraça que lhe sucede.
Na semana que antecedeu aquilo que para sempre recordarei como o "Jantar da Queda", tinha sido brindada com um aumento do salário. E, na altura, eu bem previ: alguma desgraça me espera. E ela lá esteve, fatal como o destino.
Se tiver de acontecer, acontece a mim.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Não é que eu não tenha nada para fazer. Porque tenho. Bastante, até.
Acontece é que não é assim tanto que me ponha em estado de pânico.
Não é assim tanto que me faça esquecer que existem coisas melhores para fazer.
Não é assim tanto que me faça esquecer que não há ninguém com quem fazer coisas melhores.

O meu mal é não estar assoberbada de coisas para fazer. Porque, se estivesse, não pensava em merda.

Pequenas Directrizes Para Convivência Amena (PDPCA) - Parte II

Odeio, odeio de morte que me obriguem a repetir-me. Sinal de que não me estavam a ouvir, para começar. Sinal de que entra a 100 e sai a 200. Odeio.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Vamos lá esclarecer

Eu não faço trabalho doméstico.
Se fizer, é quando me der na real gana.
E, se fizer, será sempre o mínimo imprescindível.
Não faço. Ponto.

Não percebo porque é que ela não percebe isto. Não deveria ela amar-me incondicionalmente, com defeitos e tudo, e aprender a aceitar-me como eu sou?
Sim, eu sei, eu sou a cabra. Eu sou a mal disposta. A mal encarada. Aquela a quem todos devem e ninguém paga. A soturna. A enjoada. Eu sei isso tudo. Aliás, para além de tudo isso, também sou aquela que não faz nada em casa.
E não faço mesmo. Porque não quero. Porque fazê-lo deve ser uma decisão minha. E porque o resto do mundo espera que eu o faça.
Preciso mesmo da minha casa. Pode ser que a felicidade ande por lá.
Anatomia de Grey.
Temporada 6
Episódio 3.
Eu sou a Altman.
Patética.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Era uma vez uma moça que acordou com dor de dentes pela manhã. Sobrevive com uma overdose de ibuprofeno. Sai de casa e vai à luta (ou trabalhar).
A moça chega ao escritório e trabalha e trabalha e trabalha.
E espirra. E espirra. E espirra.
A moça constipou-se.
A moça anda por aí com o nariz todo ferido.
A moça atende telefones e espirra. Ao telefone.
O dia de trabalho acaba e a moça arruma todas as tralhas, veste o casacão, agarra na pastinha e na malinha, fecha tudo e segue o seu caminho.
A moça anda depressa porque não pode perder o autocarro (ou vai dar uma volta atroz por Chelas).
E zás, a correia da mala arrebenta. Todo o conteúdo da mala não se espalha pelo caminho porque a moça, apesar de se sentir velha, ainda tem os reflexos da juventude.
E lá vai a moça, a correr para apanhar o autocarro que já se vislumbra, com uma pastinha na mão e a mala transbordante ao colo.

Para que se veja que os meus azares não são todos profundos e existenciais. Até os azares merdolas, que eram perfeitamente evitáveis e desnecessários, me sucedem. Sem excepção. Existindo karma, mantenho-me à espera do dia em que a sorte virar. É que, tudo somado, julgo que vou ganhar o Euromilhões.
Onde adquirir botãozinho existencial com os dizeres "Eliminar"?

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010


Fiquei velha antes de ter tempo de ser nova.
Nada me deixa mais deprimida do que passar feriados e fins de semana no jardim, a aturar gente de que não gosto, a ouvir conversas que não me interessam e a saber que não tenho outro sítio para ir.
Talvez se tivesse a minha casa. O meu canto. Um sítio onde ninguém me chateasse. Não sei se mudava alguma coisa, mas eu gosto de pensar que sim.
É melhor pensar que a culpa é de algum factor estranho a mim, e não culpa minha (e a voz dela a ressoar, a dizer que ainda morro sozinha).
Talvez se eu tentar mudar tudo.
Talvez se eu ocupar o tempo e o espaço com tanta coisa que não consiga pensar em nada (como quando se joga solitário para ocupar a cabeça com nada mais do que sequências matemáticas).
Talvez se eu encher todos estes vazios de coisas me consiga sentir mais inteira.
Para a merda com a fé na humanidade.
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