segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Das Coisas Com Tempo e Prazo

Há coisas que têm prazo de validade. As minhas relações, por exemplo e inevitavelmente.
E há coisas que têm tempo para acontecerem. Saramago é uma dessas coisas. Quando tinha 13/14 anos tentei o Memorial do Convento. Não passei da 10ª página, mais coisa menos coisa. Detestei de morte. Pus de lado. Não quis mais.
O "Caim" foi ofertório de Natal. E, para quem conhece Info-Excluida, sabe que nada agrada mais do que versões alternativas do livro mais impingido de sempre. E veio provar que há uma idade e um tempo para tudo. Há um tempo para se ler Saramago. E para se gostar. E, quase direi (quase porque ainda não acabei), se adorar.
Porque eu não sou quem era quando tinha 13 anos. Sou, inevitavelmente, mais cabra. Também, e inevitavelmente, mais sofrida. Mais magoada. Mais batida. Mais irónica (cínica?). Mais triste também. E talvez por tudo isso agora se possa ler um livro dele e gostar. Por tudo o que passou.

Talvez daqui a 5 anos possa tentar voltar a ler Henry Miller sem tentar saltar logo para as partes picantes. Poder lê-lo mesmo.

Dedicado à Diligentia. Sempre presente. Incluindo presentes futuros.

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