quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Eu lembro-me

30 anos.
Hoje farias 30 anos.
Às vezes acho que sou a única pessoa que ainda se lembra do teu aniversário.
Será que ainda estarias a viver cá em casa, a dormir do outro lado da porta? Ou terias arranjado uma casa só tua, uma metade só tua, um espaço só vosso? Terias celebrado o teu aniversário connosco?
Agora que penso nisso, nunca celebrei um aniversário teu. Nunca calhou. Nunca te dei uma prenda de anos. Nem de Natal. Nunca calhou.
Pensar que passaram 11 anos e para mim é como se tudo tivesse acontecido ontem. A tua mão na minha cabeça, a prometer que voltavas. O teu sorriso pelo vidro, porque sabias que voltavas.
Não voltaste.
Hoje fazias 30 anos.
Sei que sempre fui uma cabra para ti. Tinha ciúmes. Tinha ciúmes por seres sempre tão simpático, tão perfeito, tão meigo, tudo aquilo que todos diziam que eu devia ser. Devia ter sido melhor, devia ter-te mimado mais.
Será que sabias? Será que sabias que eras como um irmão? Será que as noites passadas a ouvir chover chegaram? Será que as manhãs ensonadas bastaram? Às vezes acho que não sabias. Então o coração aperta. Muito.
30 anos.

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