sexta-feira, 19 de novembro de 2010

É oficial


Os meus ex começaram a procriar.
Lá ia eu pelo facebook quando dei de caras com ele agarrado à petiz.
O mais interessante é que eu falo com ele ciclicamente. Se calhar é de mim, mas acho que quando alguém pergunta "Então, e novidades?", contribuir activamente para a natalidade do país constitui uma novidade.
Mas eu não devia ser digna de saber a novidade.
No entanto, ela aí está, espalhadinha no facebook. Ele e a petiz.
O mais espantoso nisto é constatar que eu fui a única baunilha da vida dele, a excepção à regra (já referi que a petiz é mulatinha?)
Antes que alguém comece a berrar que estou armada em racista, aviso já que não é isso que me faz espécie. O que me faz espécie é saber que toda a gente tem um "tipo". Sei lá, tipo louro, tipo moreno, tipo espadaúdo, tipo gordinho, tipo parvo... Um tipo. E eu não me insiro no tipo do meu ex. Eu sou baunilha.
O que já diz muito sobre a nossa relação. Estava condenada à partida. Eu não reunia os requisitos mínimos.
O que ainda me deixa mais atarantada é a constatação "os meus ex começaram a procriar". Um dia acordei e, estilo cogumelo, os meus ex tinham começado a procriar.
Eu, que adoro crianças. Eu, que se pudesse tinha 30.
Aqui, o que me aflige é saber que alguém que me é próximo, alguém que foi o meu mundo, alguém com quem partilhei sonhos, ideias, projectos, vá de começar a procriar.
É que eu não estou mesmo nada preparada para a procriação. Não tenho o gajo. Não tenho a casa. Não tenho a carreira. Não tenho o dinheiro para a chicco.
E o que aqui mais me custa é a constatação de que eu continuo a não estar preparada, mas o meu ex, aquele que dizia que ia ter uma cambada de putos comigo, já saltou 30 passos e anda com a petiz ao colo.
Como é possível defraudar assim as minhas legítimas expectativas???
Pondero seriamente em processá-lo.

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