domingo, 29 de agosto de 2010

My bad

O notável em ti é a tua capacidade para não repares que me magoas.

Mais notável é o cuidado que sempre demonstraste em não magoar os outros. Mas não a mim.

Havendo a opção, a escolha no alvo recairá sempre sobre mim. Porque eu, apesar de tudo, devo ter ar de quem aguenta, de quem há-se suportar estoicamente todas as tretas que me infliges.

O meu mal é, obviamente, não me fazer de desgraçada. Soubesse eu andar por aí a fazer beicinho, a queixar-me, a empinar o nariz como se não fosses bom que chegue para mim, aí, certamente, terias mais cuidados comigo. Aí, haveria uma atenção redobrada às minhas susceptibilidades.

Julgo, inclusivamente, que crês que não tenho quaisquer susceptibilidades. Afinal, porque as teria eu, se nunca tas apontei? Presumir, a priori, que os teus actos e omissões podem, de algum modo, vir a ferir-me seria sempre exigir demais de ti.

Bem sei que não me deves nada. Bem sei que não me prometeste nada. Mas também bem sei que existem requisitos mínimos de sociabilidade.

A culpa é minha, de presumir que os reunias.

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