terça-feira, 30 de setembro de 2014

O casamento do meu melhor amigo




Ele levou quase o mês todo a dizer que ia chover.
E choveu.
Mas choveu no momento certo e foi tudo tão cutchi-cutchi.
A noiva estava linda que só ela e o noivo continua com o mesmo sorriso pateta quando a vê (o mesmo que tinha há sete anos atrás, numa festa da cerveja, algures na FDL).

O meu melhor amigo casou-se. Conheci-o faz agora dez anos. Lá andava eu, sozinha e abandonada pelos corredores de uma faculdade que fazia medo e ele não se importou nada em ser meu amigo. Para além da definição legal de "coisa" (que dá sempre muita pinta recitar em festas), os meus amigos foram o melhor que trouxe da FDL (na prática, 5 anos de direito não contam para muito - quanto muito, 5 a 10 artigos maricas no fim das peças processuais).

O meu melhor amigo passava o tempo todo entre a torrada e o bitoque a dizer que ia morrer sozinho, que ninguém lhe pegava e que metia nojo (tudo parvoeiras, que ele até é bem apessoado). E agora casou-se.

E faz com que cada fibra do meu corpo se sinta velhinha, velhinha.

Estou tão feliz por aqueles dois.

3 comentários:

  1. És impagável.

    Não te sintas velha. Estás numa forma incrível.

    Ao ler o texto, que me toca, lembrei-me de te dizer duas coisas.

    A primeira foi que me prometeste que se fazia uma vaquinha para acabar com a minha virgindade.

    A segunda é: lembra-te, ainda não morri. Não sabes, para já, se tinhas ou não razão.

    ResponderEliminar
  2. Já não me lembrava da vaquinha - mas é óbvio que a malta não te deixava permanecer eternamente nesse estado de intocabilidade.

    Não tenho dúvidas algumas de que ela não te larga. Ela não é parva. Logo não creio que morras sozinho.

    ResponderEliminar