domingo, 16 de janeiro de 2011

Estive a reler isto. Isto tudo, desde Agosto. Desde que nasceu.

Aos poucos, fui-me depositando aqui. Encontro-me aqui.
Vejo coisas que fiz. Coisas de que me arrependi. Poucas coisas de que me orgulhei.
Disse aqui coisas que já não posso dizer. A certa altura disse que nunca tinha feito cenas de choradeira em público, com saídas teatrais e afectadas. Já não posso dizer isso. Em minha defesa (se é que a há), era a saída teatral ou a choradeira sobre o prato (a última opção parece-me mais patética).

A função de tubo de escape. Acho que serviu para largar tudo aquilo que não queria dizer a ninguém. Para dizer a toda a gente sem ter de o fazer. Pelo menos para o dizer da maneira como soa na minha cabeça, por oposição à maneira como o digo aos outros.
Também sempre achei que ninguém o lesse. Primeiro, porque eu não alardeio. Segundo, porque não conheço muita gente. Terceiro, porque o que escrevo não interessa a ninguém. Só a mim. E para mim.

Vejo lamúrias, desgostos e iras momentâneas. Vejo uns laisvos de dias em que fui feliz a sério. Vejo aquilo que queria e aquilo em que falhei redondamente.
Vejo sonhos que não concretizei e que estão aqui espalhados.

Serve só para não despejar em cima de ninguém. Porque há coisas que ninguém quer ter de ouvir. Porque há coisas que eu não quero ter de dizer.

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