Um dia, em vez de entrar no metro, viro à esquerda e apanho o comboio para algum lugar.
Todos os dias, ao entrar na estação, penso nisso: que um dia é a minha vez.
Um dia, quando perguntarem por mim, eu já fugi.
Longe.
Para muito longe.
Um dia, ganho a coragem e fujo sozinha.
Não deixo nada para trás.
Apanho o comboio e desapareço com os carris.
Todos os dias, há um cruzeiro atracado no cais.
E todos os dias eu penso que a minha vez há-de chegar.
Que vou desaparecer daqui.
Sozinha.
Sem deixar nada para trás.
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