quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Livro de Reclamações


Veio o meu melhor amigo, cheio de razão, queixar-se de que eu sou uma chata deprimente e deprimida (ele usou palavras mais bonitas, mas era aqui que queria chegar).

Porque sempre tive a sua opinião em grande conta, aqui fica o mais alegre que encontrei:


Aos Senhores da Rodoviária de Lisboa

Exmos. Senhores,

Daqui fala uma humilde utente ocasional (graças a Deus na parte do ocasional).
Depois de uma tarde a gozar a oferta que V. Exas. fazem na carreira 301 para Loures, sou a salientar os seguintes pontos, que em muito motivaram a minha atenção:

1) O miserável do utente vê chegar um veículo de 30 em 30 minutos. Faça chuva ou faça sol. Seja ou não hora de ponta. (Não soubesse eu melhor e quase julgaria que apenas dois veículos se dedicam ao percurso Oriente-Loures, Loures-Oriente);
2) Quando já a concorrência equipou toda a sua frota com veículos movidos a biodiesel e de piso rebaixado, o miserável do vosso utente não consegue beber água de uma garrafa sem ficar ensopado dentro do 301;
3) Assaz engraçaditos aqueles cortinadozitos que baloiçam nas janelas que não abrem. Como se fossem eles a impedir o miseravelzito do utentezito de ter uma desidrataçãozita.

Por último, de louvar o Sr. Funcionário Motorista, assaz prestável, que não se esqueceu de gritar "Ó menina, o Tribunal é na próxima". Aqui, sim senhor, estão a ganhar à concorrência (mas eu julgo que os senhores funcionários compensam em atenção e préstimo porque já sabem o que a vossa casa gasta).

domingo, 26 de setembro de 2010

Momentaneamente

Não tenho aspirações a uma felicidade perene e inimutável (sou mais inteligente que isso).

Acho que ela está em momentos:

Dois corpos cansados, ainda enlaçados.
Chocolate no sofá em noites de chuva.
Café com o nosso melhor amigo.
Um beijo quando só queremos chorar.
Abrir os olhos de manhã, sem nenhum despertar, só porque o corpo decidiu que era hora.

O que importa é que a percentagem de momentos destes seja superior aos demais. E, de há uns tempos para cá, estes momentos rareiam.

O meu pai estaria assaz orgulhoso de mim


Não sei por que te foste embora. Não sei que mal te fiz, que importa, só sei que o dia corre e àquela hora, não sei por que não vens bater-me à porta. Não sei se gostas de outra agora, s e eu estou ou não para ti já morta. Não sei, não sei nem me interessa, não me sais é da cabeça que não vê que eu te esqueci. Não sei, não sei o que é isto já não gosto e não resisto não te quero e penso em ti. Não quero este meu querer no peito, não quero esperar por ti nem espero. Não quero que me queiras contrafeito, nem quero que tu saibas que eu te quero. Depois de este meu querer desfeito, nem quero o teu amor sincero. Não quero mais encontrar-te, nem ouvir-te nem falar-te, nem sentir o teu calor. Porque eu não quero que vejas que este amor que não desejas só deseja o teu amor. 

Isto sim, devia ser um direito inalienável.

Até dá vontade de aprender a fumar

Jesus Cristo como eu adoro este homem!


Fly me to the moon
Let me play among the stars
Let me see what spring is like
On a-Jupiter and Mars
In other words, hold my hand
In other words, baby, kiss me

Fill my heart with song
And let me sing for ever more
You are all I long for
All I worship and adore
In other words, please be true
In other words, I love you

Fill my heart with song
Let me sing for ever more
You are all I long for
All I worship and adore
In other words, please be true
In other words, in other words
I love ... you

Há em mim uma tendência para só achar piada àquilo que já toda a gente sabe que é sacana, cabrão, que não presta e que só faz chorar.

Mas só estes é que têm piada. E destes já não se fazem (há os que continuam a fazer chorar, mas já não são a mesma coisa).

sábado, 25 de setembro de 2010

Descobri isto com o Snoopy



E gostei.

Foda-se

São 11h da manhã. 11h da manhã de sábado.

A única coisa que eu peço da vida é que me deixem foder, dormir e comer, exactamente por esta ordem.

Porque caralho me acordam para comer? Porquê? PORQUÊ??
Acordarem-me para foder fazia mais sentido e eu não levava tão a mal. Afinal, esta porra está hierarquizada.

Estão todos contra mim.


Reflexões (?)

De há uns tempos para cá tenho-me dedicado à nobre arte da reflexão.
Reflicto enquanto lavo os dentes, nos transportes, e antes de dormir (a hora do almoço é para as palavras cruzadas, o resto é para peças processuais).

E chego a conclusões (ou meras conjecturas resultado de teorias mais ou menos parvas).

Recentemente conclui que os homens, apesar de repetidamente se queixarem a respeito, gostam - e até apreciam - aquelas gajas que fazem o beicinho, e amuam, e não lhes dirigem a palavra dois dias seguidos, e os deixam a pensar no que terão feito de errado para, depois, concluírem que em nada erraram.

Tristemente, eu nunca pertenci a esse grupo de gajas. Desde sempre. Julgo, até, que com o tempo até me fui tornando mais melosa (isto dos corações partidos fazem-nos sempre ficar de pé a trás).

Eu nunca amuei, nunca armei fita. Se algo desagrada, magoa ou pode ser alvo de melhoria, eu informo, eu educo (que nunca ele se queixe de falta de interpelação para o cumprimento).

Sempre tratei os meus homens como gente crescida. Infelizmente, conclui-se que não há homens: há meninos. Temos pena, mas até algum me provar o contrário, sou forçada a crer que vocês gostam, apreciam e louvam o drama, a fita, o amuo, a crise de choradeira pública ocasional.

Desgraçadamente, não tenho feitio para. Contam-se pelos dedos de uma mão os meus episódios de derrame lacrimal para espectadores. Rareiam as vezes em que armei fita no meio da rua, dei meia volta e deixei alguém plantado. Não me ocorre nenhum episódio em que publicitasse as ofensas de que pudesse achar-me vítima.

No entanto, 2 da manhã, cheiinha de vontade, e completamente sozinha. E, ainda mais estranhamente, o que não faltam por aí são Barbies que armam escandaleiras porque "já devias saber daquilo que gosto" ou "outra não era a tua obrigação". Coisas que, se fosse comigo, não admitia nem ao Brad Pitt.

Gostava, sinceramente, que alguém me instruísse a este respeito. Alguma coisa estou, certamente, a fazer mal.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

credo
quando olho para isto percebo como devo ser chata
nada mais chato do que a lamúria

mil, mil perdões

Raios partam os pacotes de açúcar

Um dia sou eu quem desaparece.
Um dia, em vez de entrar no metro, viro à esquerda e apanho o comboio para algum lugar.
Todos os dias, ao entrar na estação, penso nisso: que um dia é a minha vez.

Um dia, quando perguntarem por mim, eu já fugi.
Longe.
Para muito longe.

Um dia, ganho a coragem e fujo sozinha.
Não deixo nada para trás.
Apanho o comboio e desapareço com os carris.

Todos os dias, há um cruzeiro atracado no cais.
E todos os dias eu penso que a minha vez há-de chegar.
Que vou desaparecer daqui.
Sozinha.
Sem deixar nada para trás.
Neste momento, duas coisas contribuíam para a minha felicidade:
sexo
ou
isto:
Vá, se fizerem uma vaquinha, ainda vão a tempo de me fazer feliz no Natal


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Pequena listagem de frases que odeio de morte

  1. Quem era ao telefone?
  2. Com quem estavas a falar?
  3. A que horas chegas?
  4. És sempre a mesma cabra.
  5. Igualzinha ao teu pai.
  6. É uma tragédia. Uma tragédia.
  7. Estou morto de trabalho.
  8. Temos de falar.
Acordo
Lavo-me
Visto-me
Saio de casa
Autocarro
Metro
Autocarro
Escritório
Bolachas e café
Escritório
Autocarro
Metro
Autocarro
Entro em casa
Jantar
Senzala
Lavo-me
Dispo-me
Ler
Dormir

Faz rewind

Play again

Os Outros

"Não há necessidade de grelhas, o Inferno são os outros"
Sartre, Jean-Paul

Tubo de escape

Eu não sou casada, mas gramo com as crises conjugais dos outros.

Eu não tenho namorado, mas gramo com as relações dos outros.

Eu não tenho mandantes, mas gramo com os clientes dos outros.

Eu não tenho bens imóveis, mas gramo com os inquilinos dos outros.

Se isto não é ser tubo de escape, não sei o que seja

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Sabemos que temos uma impressora da Idade da Pedra quando o computador do nosso irmão não quer reconhecer o programa de instalação.

Agora só falta mesmo o telemóvel morrer (vá lá, mata-te, suicida-te, termina com o meu vínculo ao Universo).

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O meu subconsciente deve ser um nojo #2

Sonhei que estava no carro com o meu pai. No táxi.

Era uma estrada daquelas horríveis, muito ao estilo Pampilhosa da Serra.

Ia eu sentadinha no lugar da frente (no lugar do morto), e o meu pai a conduzir. Vá-se lá saber porquê, íamos depressa, muito depressa. Curvas e contracurvas. Eu aos gritos, de olhos fechados, que nem uma louca.

E de repente, alguém diz "Já foste". Abro os olhos e o carro está a ir precipício abaixo, dá uma cambalhota e lá acordo eu, com aquela sensação horrível de queda, às 10h de um Domingo.

A minha mente deve ser uma bosta.

domingo, 19 de setembro de 2010

Geração Disney

Agora que ando dedicada à auto-psicanálise e aprofundado a questão das minhas maleitas, concluo que a culpa não residirá única e exclusivamente na educação que a minha mãezinha me deu.

Sou, ao invés (ou cumulativamente), uma vítima da Geração Disney.

O meu filme preferido era a Bela Adormecida. Deixei crescer o cabelo por culpa da Bela Adormecida e andei aí uns tempos em que só respondia pelo nome de Aurora. Patético. Quando o ecrã ficava verde e negro, e aquela música diabólica enchia sala, lá ia eu esconder-me debaixo do bengaleiro. Ainda mais patético.

A Bela Adormecida, a Cinderela, a Pequena Sereia, a Branca de Neve, todas elas em stand by, à espera que o famigerado Príncipe Encantado surja num cavalo branco e afaste delas todas as maleitas e maldições, as leve para uma terra fantástica onde vão viver felizes para sempre.

Claro que agora tudo isso é patético. Nem eu preciso de homem que me salve, que me acuda, que afaste de mim todos os perigos. Mais depressa lhe espetava um tiro.

Mas o bichinho do Príncipe Encantado continua por cá. Cavaleiro andante ou montado num cavalo branco. Até com a porra do passe da carris seria bem vindo.

A ideia muito sebastianista daquele que chega e muda tudo. Para bom.

O que é extremamente patético, ou não andasse eu sempre por aí a alardear e propagandear a falta que eles não fazem. Que já não têm serventia. Que tudo é substituível e eles não são excepção.

E depois passa um filme lamechas na televisão e a propaganda vai toda pelo ralo.

Eu, pessoalmente, culpo a Walt Disney, que não nos preparou para estes dias mais difíceis.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Inferno

Ele há dias em que o mal do mundo são os outros.

Ele é o outro que não faz o trabalho dele e me obriga a fazê-lo (mais o meu),

Ele é o outro que atira para mim as dores que a vida/as escolhas/o azar lhe deu.

Ele é o outro que se lembra de entrar em coma e tirar-me um dos poucos escapes que ainda tenho.

Ele é o outro que se remete ao silêncio e provoca em mim ataques de pânico.

Ele é o outro que chega tarde e a más horas e me atrasa a existência.

O Inferno são os outros.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Ganas de Vómito

E agora, que não tenho computador, tenho umas ganas de vomitar para aqui tudo e mais alguma coisa, para aproveitar enquanto ainda estou ligada ao Universo.
É triste, mas sinto que a partir das 19h30 me tiram um órgão vital.

Quero! #2

Porque tem msn, e facebook, e e-mail e blogger e outras coisas mais que me deixam ligada ao universo.
Só não me consigo decidir quanto à cor...

Porque eu até sou uma crente

Desgraça psicológica #3

- "Olha aquela menina, tão gira!"
- "É feia!"

E raios partam todos aqueles que dizem que a verdade anda na boca das crianças.

Epá, que eu ficava tão gira em cima disto!


Comparações ou Vida Madrasta




Isto é um passeio em Nova Iorque










Isto é um passeio aqui, no Terceiro Mundo.







"Ah, e tal, que a calçada portuguesa é tão bonita". Ah, e tal e o dinheirinho que eu gasto no sapateiro todos os anos??!!

Depois admiram-se quando vêem a Sarah Jessica Parker a correr Nova Iorque em cima de Manolo Blahniks. Deviam era dar-me um prémio a mim, que corro atrás do 782 (ou 735, ou 729, ou 12), em cima de Fly London!! (que eu ainda não ganho para os Manolos, mas a minha vez chegará). Eu, que todos os dias faço uma última disposição mental dos meus bens, pois estou crente que há-de chegar o dia em que me espalho ao comprido antes da paragem, me parto toda e inicio uma habilitação de herdeiros.

Sarah Jessica Parker vive num lugar em que as mulheres têm o direito inalienável ao salto alto.
Eu, do alto dos meus saltos de 10 cm, vou calcorreando esta terra maldita, mal aplanada.

Ah pois foi! E foi bem giro!

E vá, durante 2 horitas fui feliz a valer.

O segredo deve estar nestas pequenas coisas. Pequenas coisas que para nós acrescentam sempre mais. Porque ter 10 anos e pedir ao pai para pôr a tocar o disco outra vez não é a mesma coisa que estar lá. Estar lá é muito melhor.


E estar lá em boa companhia é fazer um 13 no totobola.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Quero! #1


Desgraça psicológica #2


Todos os meses, quando abro uma nova saqueta, pergunto para mim mesma: porque continuo eu a gastar dinheiro nisto?



E depois a resposta atinge-me: sou uma moça cheia de fé.

Pifou

O meu computador morreu. Finou-se. Foi-se. Deu-lhe uma coisa. Fez puff! e não voltou.
Agora, mais do que nunca, sinto-me completamente desconectada, desligada, abandonada, exilada, largada. Se a minha vida social já era o que era, então agora que têm de gastar dinheiro para falar comigo, é vê-la a cair pelo ralo... devagarinho... devagarinho... para poder dizer adeus.
E assim, num puff!, perdeu-se toda uma existência.
Estou, oficialmente, de luto.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Senhor Meu Deus salvai-os a todos!

Esta malta perdeu o juízo todo!

On the red corner: puto feito gente na Casa Pia, ou seja, que não pode encher a boca para dizer que foi o centro do mundo de alguém (convenhamos, a maior parte de nós pode dizer isto).

On the blue corner: o senhor-televisão, mestre da comunicação, rei do à-vontade.

Um levou no cú, o outro ao que parece deu. Vamos juntar os dois para ameno debate televisivo. Uma conversa. Vamos analisar contradições entre depoimentos. Sim, porque é estranhíssimo que um puto que andou a ser violado se contradiga, que tenha esquecido onde ficavam portas, palcos, cortinas ou coisa parecida (se fosse eu, fazia por não me lembrar de porra nenhuma).

Eh pá, vamos lá juntar os dois para vermos quem argumenta melhor.

My moment of Zen

Decidi adoptar um mantra:


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Temos de falar


Foi uma semana de loucura, e tenho de admitir que me fizeste feliz.
Custa-me atirar-te para o fundo do armário, para as entranhas obscuras da cozinha, longe da minha vista, longe do meu coração.
Sim, sei que termino abruptamente a nossa relação, depois de tantas horas de alegria que me deste. Mas tem mesmo de ser.

Gosto demais do meu rabo para continuar contigo.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

À Sr.ª Dr.ª Juíza

Serve o presente apenas para congratular V. Exa. pela paciência.

Sim, porque apesar de ser uma vara, (um colectivo, que assim não se faz alusão aos outros bichos), é o nome de V. Exa. que tem estado na berlinda. E, se eu ouvi correctamente, julgo que hoje já foi apelidada de corrupta, burra, parva, cega e outras coisas que se costumam chamar vulgarmente aos árbitros dos jogos do Benfica.

É preciso ter paciência de santa, e V. Exa. tem-na.

Por isso mesmo, as minhas felicitações.



Por ora, recuso-me a mandar bitaites sobre o teor da coisa.

Para a minha conceptura

Quanto mais penso no assunto, mais concluo que o meu mal reside na educação que a minha mãezinha me deu. Não que ela o tenha feito por mal, coitada, longe dela. Ela simplesmente ensinou aquilo que lhe tinham ensinado a ela.

Ora, como qualquer pessoa que tenha tido Psicologia no secundário sabe (que mais do que isso não é preciso), aquilo que se aprende em pequeno fica sempre gravado bem lá no fundo do espírito - lá dizia a outra esperta que "de pequenino é que se torce o pepino". E os primeiros ensinamentos são os que ficam. Mesmo quando crescemos e criamos em nós outras crenças e ideologias, o que nos foi ensinado primeiro continua enraizado. Só as gerações seguintes se podem salvar. E eu faço questão de salvar a minha filha.

Filha minha há-de perceber, compreender e distinguir coisas que eu só sei fazer em teoria. Tudo aquilo que eu ando por aí a propagandear e que depois não sei praticar, filha minha saberá. E não terá bichinhos interiores, como eu tenho, a carregarem-lhe o espírito, porque eu tê-la-ei ensinado melhor.

Filha minha há-de divertir-se a valer, ao contrário de mim, porque saberá que existe uma diferença entre sexo e amor, e vai saber ver que uma coisa não tem nada a ver com a outra. E vai saber que pode ter uma sem ter a outra. Claro que também lhe vou explicar que as duas coisas conjugadas são o ideal a atingir, mas também vai saber que o óptimo é inimigo do bom.

Todo este pragmatismo que eu propagandeio mas não pratico porque, algures entre o bife e as batatas, alguém me disse que isso era muito feio, a minha filha vai poder pôr em prática. Porque eu nunca direi que é feio, errado ou mau. Direi sempre que aquilo que ela quer é que é muito bom.

Porque tudo aquilo que eu agora não sei fazer, a minha filha vai saber que, se quiser, pode fazer. E que isso só lhe faz bem.

A minha filha há-de saber ser feliz com aquilo que tem, sabendo sempre que pode sempre ter o pacote todo. Vai saber que se quiser pode ficar-se pelo imediato e esperar o tempo certo pelo mediato.

Eu não sei fazer nada disto, mas a minha filha há-de saber.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O meu subconsciente deve ser um nojo

Sonhei que estava a comer um gelado. Um perna de pau.

Aquela porcaria partia-se ao meio, caía, primeiro para cima da minha camisa, sujava-me toda, e depois esparramava-se pelo chão.

E eu em pânico, vá-se lá saber porquê.

Não sei que raio quer isto dizer. Mas não deve ser bom.

Os meus sonhos nunca são bom agoiro.

As minhas próximas férias

Eu, em Saint Tropez.
O Brad Pitt ao volante do iate, a comentar que eu sou muito melhor que a Angelina.
O Ambrósio a trazer o pisang ambon.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A coisa mais fofa

Coisas que eu pedi ao Universo e Ele ainda não deu

  1. Uma casa/choça/apartamento/espaço/T0/habitação só minha. Para ter o gozo de ninguém me lixar a existência com a sua presença. Para acordar/comer/foder/entreter/chegar/dormir/tomar banho à hora que eu quiser (estranhamente, não consigo fazer nenhuma destas coisas a meu bel prazer).
  2. Dinheiro em quantidade suficiente para resolver as aflições existenciais do dia-a-dia (que geralmente nem são minhas mas que me afectam como se fossem. Verdade seja dita, para as minhas aflições já ganho que chegue).
  3. Um homem, ainda na edição limitada e já longínqua, capaz de stand by me. Não lhes peço muito mais - até porque sei que seria pedir demais - só peço que estejam lá quando eu precisar. Em algum momento eu vou precisar que esteja lá para me mimar, para me dizer que o mundo não terminou, para me mandar para a merda quando eu precisar de o ouvir, para me segurar quando o meu mundo ruir e para estar calado quando eu precisar. E para me saltar em cima, desde que não descure nas já mencionadas.
Não peço muito mais ao Universo, até porque ele deve estar ocupadíssimo com outras tretas, mas estes três itens podiam perfeitamente ser arranjados.